Era uma vez… uma revista científica (III)

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Era uma vez… A irrupção da Internet levou à digitalização das revistas académicas, embora muitas mantenham o seu formato físico. Esse passo tecnológico fez surgir a necessidade de criar novas ferramentas que ajudassem a armazenar as velhas revistas na www, e também a gerir as novas publicações que iam nascendo. Um novo horizonte de possibilidades e de necessidades de criação, publicação e divulgação da informação científica e académica começava, assim, no início dos anos 90.

Neste contexto, surgem uma série de programas cujo principal objetivo é ajudar a gerir tarefas relacionadas com o mundo editorial e, mais concretamente, revistas eletrónicas como Bench Press, EditorialManager e Manuscript Central TM, (de pago) enquanto de softwaress livre destacam: DPubS, GNU EPrints, Hyperjournal e Open Journal Systems (OJS), este último mais usado atualmente, e implementámo-lo no VAD.

“O Open Journal Systems (OJS) é um software de código aberto para a administração de revistas criado pelo Public Knowledge Project, com a licencia GNU General Public License.”

O OJS PKP é um gestor de revistas académicas muito completo que, graças ao desenvolvimento da comunidade ^1, dispõe de várias versões (atualmente 3.1.2.4) e que se complementa com funcionalidades (plugins) que permitem importar/exportar conteúdo e metadados, themes, etc., além da interoperabilidade com bibliotecas eletrónicas, browsers, diretórios e índices como DOAJ, Redalyc, Google Scholar, Crossref, PubMed, Scopus, etc. O crescimento constante da comunidade – cada mais em crescente – permitiu corrigir erros e ampliar funcionalidades que se alojam no GitHub².

O OJS PKP permite corresponder todos os aspetos e necessidades que a publicação de revistas online exige, desde a instalação num site às tarefas operacionais como processos de envio, revisões por pares e comentários, controlo sobre a edição, publicação, alojamento de arquivo, etc. Também permite uma certa seleção no design (em função do theme que se escolher), estrutura da revista, acompanhamento do trabalho de editores, revisores e autores, notificação de leitores e ajuda na correspondência. Resumindo, é um gestor bastante completo que permite automatizar muitos procedimentos.  Toda a informação está disponível nos manuais presentes no próprio site e também neste artigo online

Após a nossa pequena experiência na VAD. veredes, arquitectura y divulgación, damos-vos duas recomendações. A primeira é instalar o programa num servidor de prova para realizar diversos testes e ações para aprender como funciona o gestor. A segunda é que, embora o programa seja bastante estável, requer certos conhecimentos de programação, por isso é recomendável contar com um profissional informático que possa aconselhar e resolver pequenas eventualidades que possam surgir.

Nunca se sabe quando um programa pode falhar, e talvez falhe no momento menos oportuno… Não se esqueçam de consultar os fóruns porque é possível que o problema já tenha sido registado e resolvido.

Ver post relacionados:

• Alonso, Alberto: Era uma vez… uma revista científica (I). (Abril de 2020)
• Alonso, Alberto: Era uma vez… uma revista científica (II). (Maio de 2020)
• Alonso, Alberto: Era uma vez… uma revista cientifica (IV). (Outubro de 2020)

Era uma vez…

* Esta série pretende reunir o processo realizado para iniciar a revista científica VAD. veredes, arquitectura y divulgación. Descrever-se-ão os processos realizados para que qualquer leitor (ou pessoa interessada) possa implementar (com êxito) uma publicação periódica em formato digital – revista científica ou e-p-journal –. Tentar-se-á seguir a ordem usada, mas todos sabem que alguns processos são paralelos e/ou dependem de outros.

** É imprescindível a colaboração que realiza Silvia Blanco, e todos os membros que compõem o comité científico, os assessores, a arbitragem externa e o nosso querido informático DAO.

Texto traduzido por Inês Veiga