Núria Moliner num dos episódios da segunda temporada de Escala Humana.
Todas as segundas-feiras às 20:00 a partir de dia 13 de janeiro no canal 2 da TVE, Espanha. Este vai ser o horário da segunda temporada da Escala Humana, coisa que nos alegra bastante, pois deixaremos de competir com a Liga dos Campeões para passar a ser transmitido num dia em que há menos desporto.
O programa apresenta poucas mudanças e consolida o seu formato com treze novos capítulos temáticos que falarão sobre coisas tão diversas como a arquitetura do vinho (tema com o qual estrearemos), um elogio à madeira ou explorações sobre o futuro das cidades. Quando dizemos arquitetura, queremos dizer arquitetura num sentido amplo, sem demasiadas distinções de escala: do design de produto ao paisagismo ou inclusive à escala territorial dos grandes vazios mesetários ou das explorações agrícolas das vinhas.
O Escala Humana é uma produção de Costa Est Audiovisuals para TVE, dirigida por Jaume Clèries, que vem, como grande parte da equipa, do mundo dos programas de livros. O que significa que sabem explicar temas abstratos que não foram concebidos para a televisão, uma experiência que foi muito útil para separar a arquitetura do seu componente visual e poder introduzir uma continuidade de discurso que vai muito além de uma coleção de projetos. Esta formação também foi útil para poder explicar como a arquitetura se adapta a estas situações mais abstratas e especulativas, ou para explicar como a arquitetura e as nossas cidades se devem adaptar a uma realidade geoeconómica verdadeiramente complicada. Este ponto de partida foi-nos muito útil quando tivemos de recuperar a dimensão visual para a atualizar e adaptar às exigências da linguagem televisiva, onde cada segundo conta.
O programa é um trabalho de equipa, e apenas dois dos membros desta equipa são arquitetos: este que vos escreve (o burro na linha da frente) e Núria Moliner, a nossa voz que é muito mais do que uma simples voz. Sem a sua sensibilidade, o programa seria muito diferente. E este facto estende-se ao resto da equipa. Não tivemos câmaras, guionistas ou realizadores: tivemos a Sònia, a Matilda, a Candela ou o Pere, e a todos os restantes. Cada um deles proporcionou curiosidades, textura e profundidade ao resultado final muito além das suas atribuições nominais.
Recentemente, Pedro Torrijos entrevistou Willian Curtis, um dos críticos de arquitetura mais importantes do mundo, que deu voz a uma das minhas obsessões, proclamando que se alguém de 16 não pode entender uma crítica de arquitetura, é porque esta não está bem formulada. O Escala Humana é um programa generalista que propõe um discurso paralelo, que seja compreensível e válido, tanto para o público em geral como para os arquitetos. Porque, se deixamos de lado os pretensiosismos idiotas que obscurecem um discurso para que não se note que não tem muitas ideias que o apoiem, na verdade não há muita diferença entre os dois discursos além de relembrar de vez em quando um pouco de terminologia específica. O resto é exatamente igual… e igualmente difícil de fazer com que pareça fácil.
Nada mais. Obrigado, mesmo muito obrigado a todos os que se interessaram pelo programa e nos ajudaram: aos convidados, aos que nos ajudaram por trás das câmaras, àqueles que atenderam ao telefone, aos amigos, às instituições… e aos que virão.
Podem ver a primeira temporada e os novos programas à medida que se forem emitindo, de maneira gratuita em TVE a la carta.
Esperemos que gostem do resultado.
Texto traduzido por Inês Veiga