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Como é que as cidades podem enfrentar a pandemia da Covid-19? (2ª parte)

Workshop infantil do processo Més Verd Benicalap ligado ao projeto europeu H2020 GrowGreen (fonte: Paisaje Transversal)

Se as cidades são “o lugar onde, em grande parte, se ganhará ou se perderá a batalha climática”, o seu papel também será decisivo na saída da atual crise sanitária. Mas para que nossas cidades possam dar uma resposta eficaz ao novo cenário que a pandemia do coronavírus abre, também deveriam começar a redefinir o seu urbanismo. Neste artigo, apresentamos a segunda remessa de propostas que as cidades podem adotar para se adaptarem à pandemia da COVID-19.

  • A tripla soberania urbana: A crise da saúde pôs em evidência os problemas derivados da relocalização da produção de bens de primeira necessidade. Portanto, é vital poder impulsar um autoabastecimento das nossas cidades em três eixos: energético, através da produção de energias renováveis; alimentário, através de estratégias agroecológicas de proximidade e industrial-tecnológico para a fabricação – inovadora, limpa e sustentável – de produtos de saúde e de primeira necessidade.
  • Modelos produtivos de proximidade: Ligado ao ponto anterior, devemos diversificar a economia e evitar a hiperdependência de setores como o turismo; simultaneamente, devemos fomentar o comércio local e os mercados municipais, como espaços tanto de abastecimento como de interação social, de maneira a permitir modos de consumo e produção mais sustentáveis e responsáveis.
  • Participação e solidariedade: o confinamento destaca a importância da solidariedade e das redes sociais, entendidas como aquelas que dão sentido à cidade como espaço de relação e de intercâmbio comunitário. As cidades devem aproveitar este impulso cidadão para promover políticas ativas de participação cidadã no design da cidade pós-coronavírus.
  • Espaços públicos saudáveis ​​e inclusivos: Devemos propor transformações que melhorem a qualidade dos espaços públicos e das áreas verdes, que aumentem a biodiversidade e a integração da natureza na cidade. Além disso, deve-se reverter a atual distribuição insustentável das nossas ruas, pois 70% do espaço público está reservado para os carros. Uma realidade muito problemática atualmente já que as dimensões dos passeios não permitem, por exemplo, manter a distância sanitária.
  • Nova mobilidade: Um dos grandes desafios desta crise é como podemos priorizar meios de transporte menos contaminantes e, ao mesmo tempo, salvaguardar a saúde da população. E aqui convém fazer uma aposta decisiva na pedonalização e nas estruturas cicloviárias (porque não criamos ruas só para bicicletas em vez de pequenas ciclovias?), e reduzir ao mesmo tempo a necessidade de longas deslocações graças ao teletrabalho e à flexibilização de horários.

Acreditamos que, apesar de todas as situações dramáticas e consequências que esta pandemia acarreta, o coronavírus também abre uma importante janela de oportunidade para promover uma mudança no modelo urbano que transforme as nossas cidades em meios mais justos, habitáveis ​​e saudáveis. E talvez as nossas 10 propostas possam servir de inspiração e ajuda para isso. Resta saber se somos capazes de articular uma proposta e um movimento coletivo que consolide esta mudança. Porque a cidade do futuro será como nós quisermos, desde que tenhamos consciência de que a mudança continua a estar nas nossas mãos, na nossa capacidade de a reivindicar e promover.


Podes consultar a primeira parte do artigo AQUI.

Texto traduzido por Inês Veiga.
Por:
Paisaje Transversal es una oficina de Planificación Urbana Integral que ofrece asesoría y consultoría en la transformación de las ciudades y los territorios desde una perspectiva innovadora, integral y participativa. Desde el inicio de nuestra andadura profesional a finales de 2011 hemos desarrollado más de 100 proyectos repartidos entre España, Europa y Latinoamérica.

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