Depois do episódio piloto de Era uma vez…, no qual nos aproximamos timidamente do mundo das revistas académicas, e, em particular, das revistas científicas, já se intuíam as mudanças produzidas pela aparição da rede. No início, realizou-se simplesmente uma transposição do modelo físico a www, e passou a chamar-se “revista eletrónica”, um termo que com o tempo passou a ser “revista digital”, mas a realidade é que, na prática, hoje estes termos são sinónimos.1
Após uma leitura de conjunto de todos os processos e requisitos,2 dividimos o projeto editorial em cinco aspetos para desenvolver, assim, de maneira organizada e hierárquica, aspetos editoriais, tecnológicos, bibliotecnológicos, administrativo–financeiros e, por fim, aspetos legais.
Todos estes aspetos têm um fator em comum: devem ser acessíveis e ficar claramente refletidos nas diferentes secções da revista científica, tanto em papel como online (este além de cumprir as normas vigentes).
O conjunto de aspetos editoriais pode-se dividir, fundamentalmente, em dois grupos, os critérios próprios estabelecidos pela própria revista (campos de pesquisa, periodicidade e, em geral, questões relacionadas com a organização, gestão e edição de uma revista) e, por outro lado, externas (estipulados por agências e índices independentes mais estritos) que estabelecem as pautas sobre alguns aspetos específicos. O futuro da revista baseia-se no rigoroso cumprimento dos critérios de qualidade estabelecidos de ambos os subgrupos, como não poderia ser de outra maneira, o que permitirá a revista alcançar um nível básico de referência importante.
Para desenvolver esses aspetos, na VAD, optamos por uma estrutura simples, em forma de árvore, da seguinte maneira:
Sobre a revista / Equipa editorial / Contacto / Políticas da editoria / Envios / Declaração de Privacidade
Esta organização não é novidade, porque se estudarmos qualquer outra revista científica, independentemente do campo em que se concentra, veremos que será semelhante. A importância desta estrutura está em que permite cumprir os mais rigorosos dos requisitos3 pois cada secção ver-se-á de forma clara e concisa, do âmbito que abarca a revista aos critérios que regulam, passando pelas características do envio a realizar. Talvez este último seja o menos necessário atualmente, já que hoje o design das revistas goza de uma certa independência e é possível que este ponto se torne mais laxo.
Além destes aspetos editoriais obrigatórios, devemos lembrar-nos que é imprescindível solicitar o ISSN através da Biblioteca Nacional. Aqui há duas coisas que são importantes: A primeira é definir se a publicação será online exclusivamente e/ou também em papel, visto que este último formato obrigará a realizar o procedimento do Depósito Legal. Um segundo aspeto a ter em conta é que, para cada tipo de formato usado, é preciso dois ISSN, um para formato papel e outro para digital, portanto, observamos que, no caso do VAD, existem dois ISSN associados à mesma publicação. Além destes aspetos editoriais obrigatórios, essenciais para a admissão em ditos índices, plataformas etc., também existem recomendações como sugestão de melhorias… por enquanto, é melhor incorporá-los desde o início ou, pelo menos, ter a opção de os implementar posteriormente, pois é possível que no futuro sejam obrigatórios. É importante lembrar-nos de que esses índices revisam periodicamente as suas listas para incluir ou eliminar revistas, portanto, devemos estar atentos a estes aspetos.
* Esta série pretende reunir o processo realizado para iniciar a revista científica VAD. veredes, arquitectura y divulgación. Descrever-se-ão os processos realizados para que qualquer leitor (ou pessoa interessada) possa implementar (com êxito) uma publicação periódica em formato digital – revista científica ou e-p-journal –. Tentar-se-á seguir a ordem usada, mas todos sabem que alguns processos são paralelos e/ou dependem de outros.
* É imprescindível a colaboração que realiza Silvia Blanco, e todos os membros que compõem o comité científico, os assessores, a arbitragem externa e o nosso querido informático DAO.
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Imagem: CC0 Public Domain. Pxhere
Texto traduzido por Inês Veiga