Julho já passou. Já passou metade do ano, o equador, um tempo que coincide com a época estival (verão, ou uma coisa parecida, nesta parte do hemisfério). Um momento propicio à realização de uma pausa no caminho e de dar-nos um tempo para refletir.
Face ao hoje, em que tudo é velocidade e imediatez1, é neste precioso instante que tomo uma decisão, uma decisão sobre o que quero (ou preciso) pensar ou fazer.
“Fazer coisas é um grande desafio, embora muitos se conformem com dizer que as faremos. Quase fazer não cansa. E há sempre alguém que, depois de tudo, pensa que ao final as fizeste realmente.” Xoan Tallón
Para este processo de autoquestionamento, esquivei as instruções do inefável George Perec, mas imitei o seu espaço de observação. Afastado, portanto, das pressões do tempo e da elaboração de listas ou de notas interiores, esperando não ter perdido oportunidades.
A escolha foi fácil, um espaço isolado, mas perto do mar. Não é nenhum mistério que contemplar o mar tranquilamente, com uma leve brisa e sem barulho, é relaxante. Um espaço longe das responsabilidades quotidianas, um espaço próprio…
Quantas vezes podemos gozar de um sítio assim? É uma coisa habitual?
Parece difícil, poderíamos descrever como algo impossível, o desfrutar de uma revista mental. Bom tempo, bom lugar… embora este último dê para uma série própria, escolher o lugar. Que lugar escolheria, leitor, para realizar este pequeno exercício?
Ao princípio parece muito fácil, mas intuiu que um lugar assim não será fácil de encontrar… ou sim, mas atenção,
“Sed fugit interea, fugit irreparabile tempus”2.
Vamos concluindo a nossa análise, pois todos queremos praia e festa, e no verão a todos apetece um bom descanso. Portanto, realize uma «distribuição de tempo» adequada, já que
“temos tendência para requerer mais tempo para nós e para as nossas coisas, mas na verdade o dia só tem 24 horas e a questão é saber aproveitar”.3