

Autor: F3 Arquitectura
Ligamos a televisão e vamos mudando de canal: concurso de melhor cozinheiro, série sobre a vida dos médicos num hospital, programa que filma a ação de uma patrulha policial, documentário sobre as últimas escavações arqueológicas ou a preservação do meio natural… Passamos então à nova “segunda televisão”, YouTube: canal de moda para mostrar os melhores oufits deste verão, canal de acessórios onde podemos estar a par das últimas tendências, canal de videojogos com as últimas novidades e os melhores jogadores do país, canal de música com os novos êxitos do setor…
Cozinha, medicina, biologia, moda, videojogos, tecnologia e um longo et cetera. E a arquitetura, onde é que está? Ficámos para trás no que aparenta ser a viralização das disciplinas? Tem alguma coisa a ver com a imagem que a sociedade tem da arquitetura e dos seus profissionais? Continua a arquitetura a estar nesse pedestal do qual queremos e devemos descer?
Estamos a vivenciar uma revolução tecnológica na qual aumentámos o espaço do lar através dos nossos múltiplos ecrãs e tivemos que ampliar os arquivadores da nossa cabeça para acumular toda a informação que nos bombardeiam através das mesmas. No meio de todo este caos, muitas disciplinas viram uma brecha que podiam aproveitar para promover os seus conhecimentos e experiências. No entanto, a arquitetura parece ter ficado para trás – sem menosprezar o querido trabalho de “Ted Mosby, arquiteto” (peço desculpa por não ter encontrado em VO).
A arquitetura, agora mais do que nunca, deve ser uma disciplina plural que tenha em consideração todos os participantes de um projeto e deve gerar uma conversa ao redor do mesmo, tanto com os clientes como com os “afetados”. Até há muito pouco tempo, a arquitetura procedia dos conhecimentos do Monte Olimpo, desde onde os deuses desceram para deixar a sua marca na Terra. Pois olha, não. Essa imagem que a sociedade tinha sobre a profissão possivelmente nos esteja a contrabalançar quando se trata de projetar a disciplina de modo a que todos possam aprender e desfrutar dela tanto como nós o fazemos.
Felizmente esta imagem está a mudar, e vale a pena mergulhar de vez em quando nas redes sociais para descobrir algumas situações mágicas:
A arquitetura tem a sua parte divertida, coquete, atrativa e que cativa, e isto é visível nas redes sociais. Há meios de comunicação que ainda se resistem, como a televisão ou os canais do YouTube, mas podemos sentir uma certa evolução em direção à viralização da arquitetura. Deixemos o debate aberto. Esta pré-viralização é positiva ou negativa? A profissão necessita disto ou é apenas uma moda que podemos deixar escapar?