Arquitetos a preparar um curso criativo para crianças. Fonte: Sinergia Sostenible
Imersos numa sociedade que parece ter esquecido a função social que, devido à nossa formação específica, estamos destinados a desempenhar, chega o momento de nos reinventarmos, ou será morte certa. Num recente post, Stepienybarno mostrava nada mais nada menos que 100 saídas profissionais que, hoje em dia, são uma realidade em Espanha, algumas delas aparentemente bastante periféricas. A exploração de territórios além dos limites tradicionais da profissão ampliou o próprio conceito do que significa ser arquiteto nos dias de hoje.
Sem pretender ser exaustivos, enumeramos 7 territórios que a nosso ver são especialmente atrativos, e cujo potencial ainda está por se materializar na sua plenitude:
1_Educação de arquitetura para crianças
A maneira mais direta de restaurar a sensibilidade perdida em relação à arquitetura e ao meio urbano de qualidade é, sem dúvida, investir nos futuros adultos. Os cursos de arquitetura para crianças converteram-se recentemente num verdadeiro fenómeno cultural, onde se revela o potencial criativo e participativo dos mais pequenos.
2_Divulgação de arquitetura e cidade
Somos cada vez mais os arquitetos que colaboramos com a divulgação do património arquitetónico ou que somos guias urbanos ou de espaços monumentais. Com a internet, multiplicam-se de forma exponencial as nossas possibilidades de pôr em evidência ante o grande público a experiência de cidade e o património herdado.
3_City branding
Em uns contextos territoriais cada vez mais desdenhados, as localidades disputam pelo destaque, reinventando-se para atrair novos investidores, atividades e cidadãos. O fortalecimento da ‘imagem de marca’ da cidade converteu-se numa ação chave dentro de todo o programa de desenvolvimento estratégico. A meio caminho entre o urbanismo e a publicidade, achamos que é uma das vertentes que mais potencial tem para o desenvolvimento da profissão.
4_Mediação social
Integrado em equipas de programas de desenvolvimento urbano ou como assessores diretos de grupos de cidadãos, a nossa formação, de base, possibilita-nos ser muito úteis na mediação entre o mundo das ideias, das leis e da política, e da realidade à escala de bairro. São muitos os cursos e mestrados existentes, orientados à capacitação de desempenhar papéis de “gestão social do habitat”.
5_Design e construção
Se seguimos a tradição anglo-saxónica do design and build, começamos a ver arquitetos na liderança de equipas de construção, apesar de este papel ter sido, nos nossos países, maioritariamente desempenhado por engenheiros, construtores e pedreiros. Não há dúvidas que a nossa formação de base enriquece a sobremaneira de abordagem global sobre o processo construtivo, e temos muitas vantagens que nos permitem produzir uma arquitetura de qualidade.
6_Inovação tecnológica
Já desde que estudamos que usamos produtos de todos os tipos, pensados para inovar o processo construtivo (materiais e sistemas), seja para facilitar-nos o trabalho do projeto, de cálculo ou de comunicação da arquitetura. Quando se integram arquitetos nas equipas de I+D, redunda uma maior capacidade de adequação e orientação ao cliente, chegando até a ser um aspeto chave do seu sucesso num mercado ferozmente competitivo.
7_Design de meios virtuais
Num momento onde a hibridização entre o mundo analógico e o mundo digital está apenas a começar, o espaço arquitetónico virtual já é, indiscutivelmente, uma realidade. Apesar de ser um território ainda pouco habitado pela nossa profissão, os arquitetos podem tornar-se uma figura indispensável na criação e na recriação de ambientes virtuais: cenografia para filmes, videojogos, recriações holográficas…
Cada um destes territórios daria para um post – e até para séries inteiras… -, mas aqui o importante não é aprofundar sobre eles, mas incorporar estas questões no debate: Qual destes territórios acha que tem o maior potencial no futuro? Adicionaria outros à lista?