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Escala Humana, temporada 3

Na quarta-feira, 7 de outubro, às 20:00 no canal La2 da TVE, Espanha, estrear-se-á a terceira temporada de Escala Humana, a única série documental de arquitetura emitida na televisão pública espanhola. O que significa, em princípio, que se trata de um programa de arquitetura dirigido a um público não especializado. A base do programa é muito simples e não mudou desde a sua primeira emissão até agora: em Escala Humana consideramos que nascemos, vivemos e morremos rodeados de arquitetura. Depois, olhamos para o que nos rodeia como se fosse a primeira vez, fazemo-nos perguntas sobre isso, procuramos as pessoas idóneas para dar respostas ou quem já as tenha respondido de uma forma ou de outra e, com tudo isto, fazemos um programa. Este sentimento de fascínio pela arquitetura, esta curiosidade radical, deve-se ao facto de haver apenas dois arquitetos no programa: Núria Moliner, a nossa voz, e quem os escreve. A diversidade de pontos de vista que isto implica, a frescura da visão, a segurança na hora de afrontar a explicação de um projeto, são a base do nosso sucesso. O programa é uma obra coral da equipa de Costa Est Audiovisuals, dirigida por Jaume Clèries. Reafirmo esta informação sobre a equipa porque é realmente muito importante. Sem esta visão múltipla, interessada, fascinada e implicada, esta seria nunca se teria levado a cabo.

 

É quase escusado dizer que esta temporada foi marcada pela pandemia que nos está a isolar. As condições de trabalho foram muito duras. A equipa teve de se fragmentar, reunindo-se seletivamente em raras ocasiões, filmando com medidas de segurança draconianas, distanciando-se fisicamente dos convidados. A net tem sido a única coisa que nos tem permitido ver os rostos de toda a equipa. Não é de estranhar, então, que os dois primeiros capítulos, filmados em pleno confinamento, estejam especificamente dedicados ao que a Covid representa nas nossas vidas, formando uma espécie de díptico de fácil explicação: a vida dentro de casa e a de fora, ou seja: o espaço comum. A cidade.

 

O resto da temporada investiga novos temas, que serão sempre contados através da voz de Núria e dos nossos convidados. Descobriremos lutas de vizinhos, saberemos o que se pode fazer com pré-fabricados. Descobriremos as formas que a água dá não só aos nossos edifícios, mas também à nossa paisagem e à nossa cidade. Tardámos três anos, mas, finalmente, conseguimos contar arquiteturas efémeras. Bolhas de sabão. Casas onde já não se consegue viver porque estão habitadas pelo ruído. Projetos que se podem inundar. Sítios que abandonamos. Casas que são escadas. Bem-vindos à terceira temporada de Escala Humana. Espero que desfrutem tanto como nós disfrutámos enquanto a fazíamos.


Texto traduzido por Inês Veiga. 
Por:
(Barcelona, 1975) Arquitecto por la ETSAB, compagina la escritura en su blog 'Arquitectura, entre otras soluciones' con la práctica profesional en el estudio mmjarquitectes. Conferenciante y profesor ocasional, es también coeditor de la colección de eBooks de Scalae, donde también es autor de uno de los volúmenes de la colección.

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