1

Referência a Chiquitectos

 

2

F3 Arquitectura, “A Praça Virtual” disponível em Fundación Arquia (Agosto 2019).

Condenados ao entendimento

Autor: F3 arquitectura

Não é de estranhar que, depois de conversar com os arquitetos, surjam caras de perplexidade por parte do espectador que não pertence ao setor.

A expressão «fazer desenhinhos» é comum em relação ao desempenho do estudante de arquitetura durante a universidade.

Essas situações pretendem mostrar, de maneira sarcástica, a grande lacuna que separa o mundo do arquiteto da sociedade. Uma brecha que, do ponto de vista pessoal, começa a fazer-se sentir já desde o primeiro mês de universidade.

Para chegar a uma solução arquitetónica, gera-se um grande número de referências, processos e reflexões técnico-artísticas que articulam condicionantes que aparentemente não têm relação. Uma solução que se materializa num edifício ou no desenvolvimento urbano requer esforço intelectual e trabalho prolongado no tempo. Pode-se usar a metáfora do iceberg, comparando a solução com a parte descoberta do mesmo. O espaço submerso será o processo que, se se conhecera, despertaria o interesse social e diminuiria a lacuna entre arquiteto e arquitetura.

Por esta razão, é importante motivar a curiosidade desde idades precoces.1 O conhecimento gera interesse. Na arquitetura, devemos ter presente que esse interesse deve ser demonstrado à parte criativa ou artística, e também à parte técnica ou de serviço. Embora seja verdade que pela segunda não é tão fácil gerar uma curiosidade ou um interesse.

Nesta missão de gerar interesse, a educação é essencial. Porém, no sistema educativo que conhecemos, predomina a memorização e, por vezes, a explicação prática ou do processo faz falta para chegar a bom porto. Por que dedicamos tanto tempo a explicar as vanguardas históricas no ensino secundário para entender a arquitetura do nosso século? E a arte da abstração que tem muito a ver com a geração de diagramas e a comunicação gráfica na arquitetura? Educamos para promover a memorização de um estilo arquitetónico ou explicamos o processo de mudança até entendê-lo?

Na sociedade hiperligada de hoje, o formato online adquire uma grande responsabilidade em relação à educação e à divulgação. Estes formatos são janelas ou montras2 que o espectador utilizará para ter uma nova perspetiva sobre um tema de conhecimento. Torna-se no canal para complementar um sistema educativo estandardizado.

Exemplos: o Yo Soy Aquitecto apresenta através de artigos a quotidianidade do arquiteto e as inquietudes do inicio laboral; o Control y Gestión de Obras mostra a experiência profissional do seu autor como arquiteto técnico; ou Inteligencia Colectiva, onde se informa sobre projetos mais tangenciais à arquitetura tradicional.

Estes exemplos indicam que temos a solução para preencher a lacuna entre arquiteto e arquitetura. Façamo-nos ouvir, criemos conteúdos de interesse e qualidade para termos pontes com a sociedade crítica e aproveitemos a web 2.0 para isso.

F3 arquitectura, Abril 2020


Texto traduzido por Inês Veiga

Notas de página
1

Referência a Chiquitectos

 

2

F3 Arquitectura, “A Praça Virtual” disponível em Fundación Arquia (Agosto 2019).

Por:
La Fundación Caja de Arquitectos se constituye como Fundación cultural privada el 23 de Mayo de 1990, con el objetivo de promover y fomentar fines de carácter cultural, social, asistencial, profesional y formativo en el campo de la arquitectura, la construcción, el diseño, el urbanismo y, en general, de todo aquello relacionado con la actividad de los arquitectos.

Deja un comentario

Tu correo no se va a publicar.

Últimos posts