A melhoria do bem-estar e da produtividade nos ambientes de trabalho é um fator crítico, uma vez que a perda de produtividade, causada pela insatisfação dos trabalhadores, só para as empresas americanas, representa um gasto que supera os 300 mil milhões de dólares por ano. Muitos estudos afirmam que o design de ambientes de trabalho aumenta a produtividade e o bem-estar dos utilizadores. Mas como podemos medir esse aumento? Em resposta a este desafio, desenvolvi, no âmbito da minha investigação de doutoramento, uma ferramenta metodológica de medição do impacto dos ambientes nas variações de bem-estar e produtividade das pessoas, com uma abordagem holística que inclui parâmetros fisiológicos, psicológicos, emocionais e culturais.
Embora a receita para ter um ambiente de trabalho perfeito não exista, depois de aplicar a minha pesquisa em vários casos de estudo, pude concluir que há três fatores que se repetem nos ambientes de trabalho excelentes:
1- Personalização.
Embora possa parecer contraditório, o escritório é cada vez mais inteligente e mais humano ao mesmo tempo. As mudanças tecnológicas e culturais estão a mudar a configuração do ambiente de trabalho, de forma a que o espaço de escritório deixe de ser simplesmente um sitio para trabalhar, e passe a ser um recurso das corporações para afiançar o sentimento de comunidade e potenciar a colaboração. Neste contexto, torna-se necessário que o espaço permita adaptar-se às necessidades mutáveis dos trabalhadores.
2- Demonstrar os benefícios e comunicá-los de uma maneira efetiva.
Mostrar às pessoas as possibilidades que o ambiente lhes oferece, bem como os benefícios para a saúde de um ambiente saudável, é um elemento chave para a motivação da equipa e melhora consideravelmente os resultados de produtividade e criatividade. Pude quantificar um aumento de 63.34% da produtividade e 137.50% da criatividade quando, além de um design excelente, se oferece, como parte da experiência para o utilizador, uma formação adequada para a utilização do espaço.
3- O Aquário Plantado: o grande desconhecido do design biofílico
As Nações Unidas prognosticam que em 2030, 60% da população mundial viverá em ambientes urbanos. Portanto, é imperativo considerarmos como se pode manter a ligação entre as pessoas que residem nas cidades e a natureza. A resposta a este desafio é o design biofílico, que implica aproximar a natureza ao meio construído.
O aquascaping, ou paisagismo submerso, é uma solução de design biofílico completa, pois combina múltiplos elementos da natureza como vegetação natural, oxigenação, movimento e som de água, ou iluminação circadiana. Caso se inclua animais no aquário e não apenas plantas, é importante proporcionar-lhes um espaço e uma qualidade de água não só para sobreviverem, mas também para terem bem-estar, adaptando o aquário ao seu meio natural.
Vários estudos demonstraram que os aquários plantados têm um impacto nas condições do ambiente interior, regulando a humidade ambiental e melhorando o conforto térmico, o que se repercute num maior bem-estar das pessoas, com benefícios quantificáveis.
Imagem: Acuario plantado. Fuente: www.p3ces.com
Texto traduzido por Inês Veiga